Há quem diga que a felicidade está em dar valor às pequenas coisas que a vida tem para nos oferecer... eu lamento mas não concordo...
Se assim fosse porque é que todos passamos a vida a pedir coisas maiores? E porque é que concentramos a nossa felicidade nessas mesmas coisas maiores? Não bate a "bota com a perdigota"... e não, não me contento com pouco, ou com coisas pequeninas...
Mas também não nego que que há pequenas grandes coisas que me permitem usufruir de muitos e bons momentos, e quanto mais frequentes eles forem maiores são as hipóteses de me permitir a um sentimento que acredito que ande muito próximo da felicidade!
Não nego que, por exemplo, ter a minha filhota a dizer-me "Mamã és tão bonita", ou "Mamã gosto tanto de ti"; ou ter o meu marido a dizer-me "Amo-te mais que tudo", "Desejo-te a toda a hora", "Não imagino a minha vida sem ti", me dá um novo alento, faz-me sentir querida, amada e desejada, e nos momentos que me sinto pior recordo as palavras deles e inevitavelmente esboço um sorriso... Mas para mim estas são pequeninas, mas grandes coisas! São palavras que para mim têm um valor incalculável... e que me dão ainda mais força para prosseguir com os meus objectivos!
Mas também não nego que de tanto ouvir que há que dar valor a pequeninas coisas me sinta um bocadinho como que uma peça com defeito, ou carta fora do baralho, pelo facto de querer sempre mais e melhor... e ambicionar lá chegar... mas será que o defeito não está em quem quer sempre pouco, pequeninas (mesmo pequeninas) coisas?
"Eu quero pouco da vida, para mim basta-me isto ou aquilo...", "Eu contento-me com pouco, não sou muito exigente...", "Vale mais ter pouco que nada"... são expressões e formas de estar na vida que me irritam solenemente... porque para mim mais não são do que desculpas para não lutar por mais... apesar de em sonhos ambicionarem sempre mais!